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A pesquisa anual de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, apontou aumento de doenças crônicas não transmissíveis entre os brasileiros.
Entre os resultados da pesquisa, chama atenção o aumento da prevalência de obesidade no Brasil. Passou de 11,8% em 2006, ano em que o monitoramento começou a ser feito, para 20,3% em 2019 – incremento de 72%. Significa que dois em cada 10 brasileiros estão obesos. Entre as mulheres, a taxa de obesidade foi de 21%, e entre os homens, 19,5%.
A obesidade tende a aumentar com a idade: para os jovens de 18 a 24 anos, a pesquisa indicou percentual de 8,7% e entre os adultos com 65 anos e mais, 20,9%.
Com problemas de peso desde criança, o empreendedor Ricardo Viana, de 33 anos, fez cirurgia bariátrica há cerca de 40 dias. Por conta da obesidade, associada à hipertensão, Ricardo sofreu com obstrução de uma veia no olho que prejudicou a visão dele por um ano.
“Além desses dois problemas, da visão e hipertensão, tem a questão das dores musculares, dores nas articulações, o cansaço. E também a pré-diabetes que eu descobri quando eu estava fazendo pré-operatório. O problema do olho só foi resolvido quando eu comecei a fazer dieta e o controle da pressão arterial”, diz Ricardo.
“Quantos idosos obesos que a gente vê pelas ruas? São pouquíssimos. E isso é um fato alarmante. Por que? Não vive até lá. O governo deveria investir mais desde a infância, o ensino básico”, completa o empreendedor.
Para o presidente do departamento de obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, doutor Mário Carra, houve aumento significativo de pessoas obesas no Brasil no período de 13 anos. “Como a obesidade é uma doença crônica e ela tem origem genética também, quanto mais obesos a gente tiver, a possibilidade de continuar crescendo é maior. Há ainda interferência do mercado, com crescimento do consumo de alimentos ultraprocessados. A causa da obesidade ela não é única. Existe a causa genética, existe a causa ambiental, existem as causas psicológicas”.
O levantamento apontou ainda que o percentual de pessoas com excesso de peso também subiu. Passou de 22,6% para 24,5%. Entre os homens, o excesso de peso foi de 57,1% e entre mulheres, 53,9%.